8 de jul. de 2015

Entendendo o TDAH

TDAH
(Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade)

O que é o TDAH?

         O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD. Ele é o transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para serviços especializados. Ele ocorre em 3 a 5% das crianças, em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da metade dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos. 
Fonte: Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA)
Google Imagens

Quais são as causas do TDAH?

A forma como o cérebro funciona é apenas uma parte importante do problema de quem tem TDAH; uma pessoa é mais que seu cérebro. Apesar de todos os estudos realizados para tentar descobrir as possíveis causas do TDAH, elas ainda continuam desconhecidas e, embora hipóteses existam em abundância, nenhuma responde satisfatoriamente por todos os casos.
Diversas pesquisas realizadas em vários países reforçam a hipótese que o TDAH tem um caráter hereditário significativo. A predisposição genética foi demonstrada em estudos usando famílias, casos de gêmeos e adoção (Thapar, 2005). A probabilidade de que a criança terá um diagnóstico de TDAH aumenta até 8 vezes se os pais também tiverem o transtorno (Biedermann et al 1992).
O que um TDA herdaria geneticamente seria um funcionamento alterado de algumas substâncias específicas do cérebro, em especial a dopamina e a noradrenalina que controlam a atenção, organização, planejamento, motivação, cognição, atividade motora, funções executivas e também o sistema emocional de recompensa. As pesquisas também revelam que essas alterações estariam mais evidentes na região frontal do cérebro (os chamados lobos frontais), que correspondem a nossa testa e fronte. A alteração de tais substâncias nessas regiões seriam responsáveis por todos os sintomas apresentados pelos TDAs. 

            Os estudos apontam que outras causas podem estar associadas à esses fatores, mas nem sempre montram uma relação de causa e efeito. Nicotina e álcool ingeridos durante a gravidez podem causar alterações no cérebro do bebê, incluindo a região frontal orbital, eles podem ter problemas de hiperatividade e atenção. Crianças que sofreram intoxicação por chumbo também podem apresentar sintomas de TDAH. Problemas familiares como discórdia, baixa instrução, nível socioeconômico e recursos limitados não causam TDAH nas crianças, mas podem agravar o quadro.


Sintomas e características de DDA e TDAH


Algumas crianças com TDAH são primeiramente do tipo desatento. Outras podem ter uma combinação de tipos. As que sofrem do tipo desatento são menos perturbadas e muitas vezes não recebem o diagnóstico de TDAH. DDA é Distúrbio de Déficit de Atenção e TDAH é Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.

Os sintomas de TDAH se dividem em:
Falta de atenção (desatenção DDA) : a pessoa não tem um grau elevado de hiperatividade, somente sintomas ligados ao déficit de atenção, impulsividade e alterações na memória e na orientação do tempo. Poderíamos dizer que o  DDA é um subtipo de TDAH.

Sintomas de DDA

ü      Não consegue prestar atenção em detalhes ou comete erros resultantes de descuidos no trabalho escolar
ü      Tem dificuldade de manter a atenção nas tarefas ou em jogos
ü       Parece não escutar quando falamos diretamente com ela
ü      Não segue as instruções completamente e não consegue terminar trabalhos escolares, tarefas ou deveres
ü      Tem dificuldade de organizar tarefas e atividades
ü      Evita ou não gosta de tarefas que demandem manter esforço mental (como trabalhos escolares)
ü      Seguidamente perde brinquedos, trabalhos, lápis, livros ou ferramentas necessárias para tarefas ou atividades
ü       Distrai-se facilmente
ü       Frequentemente, tem problemas de memória em atividades cotidianas


Hiperatividade (TDAH): O TDAH acomete cerca de 3% de crianças e acreditava-se antes, que o DDA desaparecia na adolescência ou na idade adulta, entretanto, ele persiste em 50 a 70% dos casos na idade adulta. mas tende a diminuir com o passar dos anos.

O TDAH se subdivide em:
- TDAH, predominante hiperativo, onde o indíviduo possui com mais intensidade a agitação motora;
- TDAH combinado,  mistura sintomas de agitação física e déficit de atenção;
Os principais sintomas do TDAH são: déficit de atenção, déficit de memória, dificuldade na orientação temporal e na espacial,  dificuldade no controle dos impulsos e hiperatividade.
Os princípios da atenção ocorrem através de dois mecanismos: Tenacidade e Vigilância. Tenacidade é a capacidade de manter atenção permanente a um foco, e vigilância é estar atento a outros estímulos (Barulhos, pensamentos). No geral qto maior a tenacidade menor a vigilância, mas no DDA e no TDAH  isso não ocorre.

Sintomas de hiperatividade

ü      Mexe as mãos e o pés o tempo todo e se retorce na cadeira
ü       Levanta-se quando deve permanecer sentado
ü      Corre ou sobe em móveis em situações inapropriadas
ü      Tem dificuldade de brincar em silêncio
ü      Parece frequentemente estar "ligada na tomada" e fala excessivamente

Sintomas de impulsividade:
ü      Fala antes que as perguntas sejam completadas
ü      Tem dificuldade de aguardar a vez
ü      Interrompe ou se intromete entre os outros (se mete em conversas e jogos)

Ainda quero saber...

 Geralmente as crianças são ativas e desatentas, ligadas à tudo o que se passa à sua volta, como se estabelece o limite entre um comportamento próprio da idade e o comportamento potencialmente patológico?

            À medida que a criança cresce, aumenta sobre ela o nível de exigência. O TDAH fica mais evidente quando a criança vai para a escola, uma vez que com déficit de atenção, não para quieta e comete erros por distração. Muitas vezes, fica evidente que ela sabe a matéria, mas não acerta as repostas, porque está distraída. Mediante avaliação psicopedagógica e neurológica, pode-se identificar o transtorno e seu grau. Os casos mais leves da doença que  podem ser contornados apenas com medidas pedagógicas e há os mais graves que exigem tratamento medicamentoso.

A princípio, o problema é percebido em casa pelos pais e familiares ou quando vai para a escola?

Para um diagnóstico preciso, os sintomas precisam se manifestar em dois ou mais ambientes, que são, geralmente, em casa e na escola. Os pais percebem o comportamento agitado e a demora para fazer as tarefas de casa. Na escola o comportamento é similar. Portanto, a família e a escola podem contribuir na avaliação e tratamento do transtorno.


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O déficit de atenção sempre começa na infância ou pode instalar-se na adolescência ou idade adulta?

Normalmente a criança já nasce com a doença, tanto que para fazer o diagnóstico em outras fases da vida é preciso investigar como foi a evolução da enfermidade na infância.
O TDAH jamais se inicia quando o indivíduo é adulto. Ao contrário. Em geral, evolui com melhora dos sintomas. Apesar de diminuírem o número e a intensidade dos sintomas nos adolescentes e adultos, parte das crianças continua com o problema por toda a vida e apresenta as dificuldades decorrentes da doença. É importante lembrar que, quando se fala hiperatividade, estamos nos referido a dois sintomas agregados: a hiperatividade propriamente dita e a impulsividade.

Na criança, a hiperatividade está ligada à coordenação motora e aos movimentos,  a criança é agitada. A impulsividade se caracteriza pelo agir sem pensar. Crianças hiperativas se machucam mais, sofrem mais acidentes, porque são intempestivas. Não têm paciência nenhuma, interrompem quem está falando, intrometem-se na conversa alheia. Esse é um sintoma que se manifesta também nos adolescentes e adultos.

               Como lidar com o TDAH em casa e na escola

            Quando diagnosticado o TDAH, devemos nos ater à pequenas instruções que para o sujeito pode significar uma grnade e valiosa diferença. São dicas simples, mas exigem persistência e paciência.

               Em casa

- evitar os conflitos diários na interação família e portador de TDAH
- estabelecer rotinas simples e previamente combinadas e especificar o que é esperado em cada atividade. A rotina é previsível e proporciona segurança para o portador de TDAH
- a família deve ser organizada de modo a mostrar para a criança o que está sendo exigido dela
- solicitar uma atividade por vez, iniciar de forma simples e aos poucos ampliar a meta inicial. Elogie sempre!! Os pequenos progressos não são percebidos pelas crianças.
- combinar códigos, sinais verbais e não verbais de aprovação como: beijo, abraço, sorriso, piscada, sinal positivo com o polegar, etc
- tenha paciência, se não puder auxiliar no momento delegue à outra pessoa,  toda melhora de comportamento leve tempo e treino, portanto estabelecer rotinas auxilia a criança a administrar melhor o seu TDAH



               Na escola

- o professor pode dar a instrução de forma simples, clara e solicitar ao portador com TDAH que repita a instrução, com o objetivo de verificar a compreensão
- não criticar ou apontar erros e falhas no trabalho da criança. O professor deve ter atitude positiva, incentivar, apoiar e encorajar a criança diante das dificuldades e valorizar suas conquistas. Elogios e feedbacks positivos devem ser imediatos ao esforço e conquista da criança
- alternar as atividades em sala de aula com diversidade de recursos e material, que aumenta o interesse da criança e melhora sua atenção; situações de trabalho em duplas, trios e grupos que possibilitam a troca de pontos de vista
- se atentar ao local onde a criança senta: longe de portas e janelas, à frente, próximo ao professor e distante de qualquer estímulo que possa tirar sua atenção

- auxiliar na organização da criança, usar agenda, bilhetes, pastas e códigos combinados previamente com a criança e a família

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