3 de set. de 2013

Quais os elementos de um bom plano de aula? Como elaborar?

                                                          ELEMENTOS DO PLANO DE AULA



Beatriz Gomes Nadal


O que é uma aula?
Podemos dizer que a aula é um momento estruturado de trabalho no qual se processa o processo de
ensino. Isso significa que a idéia de aula pressupõe sujeitos – professor e alunos; um objeto de trabalho e,
por isso, elemento de ligação entre eles – o conteúdo; situações didáticas capazes de permitir a ação conjunta
e colaborativa entre os sujeitos e seu objeto de trabalho. Porém, a idéia de aula traz um componente
diferenciado: a percepção de que o trabalho de professores e alunos sobre o conhecimento, através de
situações didáticas, exige uma estruturação através de momentos e etapas no espaço escolar.
CABEÇALHO
Identificação da instituição, curso, disciplina, professor, série/turma, data e assunto da aula.
ESQUEMA DO CONTEÚDO
Refere-se aos tópicos significativos, mais importantes, que serão objeto de estudo durante a aula.
Sua redação pode ser objetiva, em itens e subitens ou mesmo através de um pequeno esquema que possibilite
compreensão.
O esquema do conteúdo não deve ser confundido com o “conteúdo em si”, ou seja, é inviável, no
plano, transcrever todo o conhecimento que será trabalhado por professor e alunos, o que tornaria o plano
extenso e levaria à perda de sua objetividade. Todavia, a temática da aula, pode estar registrada em fichas que
se constituirão em anexos do plano de aula.
OBJETIVOS
- devem ser atingidos pelo aluno no espaço desta aula
- indicam a capacidade que queremos ver desenvolvida no aluno em relação ao conteúdo, assim, é importante
estar atento para qual o nível de operação mental que estará em questão
- serão determinantes da escolha das estratégias, dos recursos, da distribuição do tempo e, quando for o caso,
da avaliação
- não são atividades
MOBILIZAÇÃO PARA A APRENDIZAGEM
- não é a apresentação do conteúdo, mas sim o momento em que buscamos despertar a motivação do aluno
para tal aprendizagem
- um aluno se sente motivado, essencialmente, quando: é desafiado/desequilibrado, percebe que o conteúdo é
significativo porque corresponde às suas necessidades/vivências, porque pode resolver problemas com eles
ou compreender o mundo à sua volta
- indicar também a organização da classe (fila, círculo, grupos, etc)
- utiliza cerca de 10% do tempo destinado à aula
METODOLOGIA
- é o momento no qual o conteúdo novo será trabalhado junto com aluno (desenvolvimento)
- decorre naturalmente do momento da introdução, não há um “corte” no desenvolvimento da aula
- a escolha das estratégias deve ser decorrente/estar coerente com o que visam os objetivos (essas estratégias
permitem ao aluno atingir aqueles objetivos?)
- as estratégias escolhidas devem: permitir ao aluno ser sujeito de sua aprendizagem, reconstruindo saberes,
agindo sobre o conhecimento; permitir ao professor ser mediador, não um transmissor que se constitui como
única fonte do conhecimento a ser aprendido
- há estreita relação entre as estratégias escolhidas e a participação/envolvimento do aluno na aula, motivo
pelo qual não podemos desconsiderar as características dos alunos que estão, hoje, nas escolas
- é fundamental ao professor ser criativo permitindo a seu aluno, ao aprender, exercer ele também os
processos de criatividade, questionamento, compreensão, construção do conhecimento
- há que haver explicitação das ações docentes e discentes, ou seja, o que exatamente estarão fazendo
professores e alunos
- ensino como mediação e aprendizagem efetiva exige sistematização do conteúdo
- é importante, para a consolidação da aprendizagem, a proposição de processos de fixação
- indicar também a organização da classe (fila, círculo, grupos, etc)
RECURSOS
-1-
-2-
SÍNTESE INTEGRADORA
São as práticas pedagógicas organizadas para permitir ao aluno integrar as diferentes aprendizagens
que se fizeram de modo parcelado durante os momentos anteriores da aula. A síntese integradora proporciona
ao aluno uma visão de conjunto, uma visão do todo deixando claras as relações entre os diferentes aspectos,
tópicos, sub-temas abordados durante a aula, buscando articulação e concatenação pois, ao situar os
conhecimentos “parciais” em seu todo, é possível perceber as inter-relações básicas.
É verdade que, ao iniciar a aula, os alunos, normalmente, já possuem uma visão geral do assunto.
Contudo, naquele momento, essa visão geral é desorganizada, sincrética. A partir do estudo detalhado do
conhecimento é possível aos alunos retomar tal visão geral, contudo, agora, numa “superior integração na
qual os fatos aprendidos se organizem dinamicamente em estruturas compreensivas e racionais, para orientá-
los na ação e na problemática da vida real e do trabalho”. (MATOS, 1971, p. 350)1
A síntese integradora pode ser realizada pelo professor, mas o importante é que ela se processe “na
cabeça do aluno”. Sendo assim, pode-se utilizar diferentes técnicas como:
- condução à visão geral, articulada, através da proposição de problemas e perguntas orais, feitas aos alunos
- construção de uma visão geral, articulada, através de comentários dos alunos desenvolvidos a partir de
gravura, pequeno texto ou esquema relativo à temática da aula
- construção de uma visão geral, articulada, através da elaboração cooperativa de um quadro sinótico
compreensivo
- construção de uma visão geral, articulada, através da produção escrita, pelos alunos, de suas inferências
conclusivas relativas aos conhecimentos trabalhados durante a aula
- apresentação da visão geral, articulada, pelo professor, apoiando-se de esquema relativo ao conteúdo
trabalhado
REFERÊNCIAS
Relação de fontes utilizadas para o planejamento da aula.
1
MATTOS, L. A. Sumário de didática geral. Rio de Janeiro, Editora Aurora, 1971.

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